O PACTO DOS CRIADORES DO MILICIÃO

Os irmãos Bolsonaro firmaram um pacto, quando o pai foi eleito e eles se deram conta de que toda a família chegava ao poder. Flavio, Carlos e Eduardo assumiram o compromisso de que nunca cometeriam nada de ilegal que pudesse levá-los à cadeia.

Eduardo falou do pacto aos repórteres Catarina Alencastro e Bruno Góes, do Globo. A declaração foi manchete do jornal online no dia 1.º de novembro de 2018, logo depois da eleição.

O pacto era, pelo tom de Eduardo, um acordo de que ninguém iria comprometer ninguém. Todos seriam honestos. Se todos estivessem limpos, nenhum deles ficaria em situação ruim.

Quando o pacto foi firmado, eles já estavam em situação muito ruim. O Ministério Público do Rio mostra que a relação da família com milicianos (e os rolos daí decorrentes) são de muitos anos.

Mas, mesmo assim, os garotos firmaram o pacto, sabendo que a cadeia era uma possibilidade a ser considerada. Não fica claro na reportagem se o acerto foi entre a família toda, ou apenas entre os irmãos.

Porque, dependendo dos termos do acordo, seria o caso de rever o que foi acertado. Flavio Bolsonaro está ainda mais enredado com Queiroz, agora que o Ministério Público voltou com vigor às investigações sobre a quadrilha formada em torno do então deputado estadual do Rio.

O pacto também poderá ser reavaliado, se for confirmada a suspeita de que Bolsonaro parece ter jogado o filho na sarjeta ao falar hoje com os jornalistas.

“Eu falo por mim. Os problemas meus, podem perguntar que eu respondo. Dos outros, eu não tenho nada a ver com isso”. Dos outros, no caso, seria de Flavio Bolsonaro. Flavio era chefe de Queiroz, que depositou dinheiro na conta da mulher de Bolsonaro.

Para explicar a operação, Bolsonaro disse que Queiroz estava apenas devolvendo uma parcela de um empréstimo que ele havia feito ao miliciano.

Os problemas dele e os problemas de Flavio no fim são problemas de toda a família, que conseguiu um patrimônio de R$ 15 milhões em imóveis, só no Rio, graças à capacidade de multiplicação de dinheiro de Flavio.

Se Bolsonaro abandonar o filho, como fica o pacto, que era retórico e dificilmente seria cumprido?

Eduardo disse ao Globo, há pouco mais de um ano, que os irmãos não iriam repetir o petrolão e o mensalão. Nem era preciso. Eles criaram o milicião.

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