Podem preparar o Pix para Carla Zambelli

Carla Zambelli é agora a primeira na fila do sacrifício. Será cercada no Congresso, a partir da aceitação da denúncia contra ela pelo Conselho de Ética, e por Alexandre de Moraes. E abandonada pelo PL.

Não tem mais o colo de Valdemar Costa Neto nem a complacência do sistema de Justiça. A deputada é o bicho fragilizado da manada, o que fica para trás e é oferecido aos leões.

Ela, Sergio Moro (que fez o discurso aos noivos no casamento da deputada) e outros que vão entrar na fila são animais feridos e sem chance de recuperação.

É assim que funciona o mundo em que ela vive, que sacrifica sem dó os que passam a atrapalhar a caminhada do grupo.

Os amigos de fascismo vão oferecer a cabeça de Zambelli para acalmar as demandas dos caçadores dos perdedores da eleição e do 8 de janeiro.

Jogam a extremista a Alexandre de Moraes e ganham fôlego até saber quem será o próximo.

A história dela com o hacker é o final do roteiro de um suicídio anunciado.

Zambelli precisava de alguém que a ajudasse a resolver tarefas tecnológicas e contrata quem? O mais famoso, o mais atrevido, talvez o mais genial hacker brasileiro.

Zambelli contratou o sujeito que destruiu o lavajatismo. Levou para dentro de casa o hacker que poderia atacá-la a qualquer momento, como acabou atacando. Só porque queria ter, como disse, assistência tecnológica.

Não pediu para que alguém fizesse o serviço sujo de acertar tudo com o hacker. Foi ela mesma falar com o sujeito, talvez por três vezes (como confessou), e o levou ao encontro de Bolsonaro.

Por que correu esses riscos? Porque ela, Bolsonaro, todo o entorno dos militares e civis e as emas do Alvorada tinham certeza de que eles venceriam. De qualquer jeito.

Zambelli levou o hacker ao encontro do seu líder por ter certeza de que Bolsonaro seria reeleito, ou de que um golpe resolveria tudo mais adiante, se a eleição falhasse.

Por isso Zambelli encaminhou as informações de Walter Delgatti aos generais e pode ter proporcionado encontros dele com os militares.

Por isso andava com o sujeito pra cima e pra baixo em Brasília e tirava fotos ao seu lado. Porque eles iriam vencer e ela poderia ameaçar que estava com o cara. Não havia nada a temer.

Mas desde o dia em que saiu correndo atrás de um jornalista em São Paulo, com arma em punho, Zambelli caiu em desgraça dentro da própria extrema direita.

Não observou os limites dos desatinados ao sair armada atrás de um negro, no meio da rua, e não soube conter a arrogância ao achar que o hacker que desmoralizou Sergio Moro iria ser seu aliado.

Encomendem o culto em memória de Zambelli e chamem doações. Já vi estimativas indicando que ela vale pelo menos R$ 3 milhões. É mais do que o dobro do que ganharia como deputada até o fim do mandato.

Mas tem um problema. Zambelli delatou Bolsonaro, ao admitir que levou o hacker ao encontro do inelegível. Pode ser um complicador. É terrível a vida de delatores da extrema direita.

(E vamos nos preparar para os vazamentos do celular de Zambelli, que deve ser mais interessante do que o celular de Mauro Cid)

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