ELES SEMPRE TENTAM ESCONDER OS MORTOS
Os militares e seus cúmplices civis tentaram esconder o número de mortos na ditadura, assim como agora Bolsonaro tenta esconder os números dos que morrem pela Covid-19.
Os ditadores tentaram esconder como torturavam, como faziam desaparecer os que consideravam inimigos e como matavam. Não conseguiram.
Não podemos esquecer que o projeto Brasil Nunca Mais, que expôs o que acontecia nos porões da ditadura, foi na essência uma empreitada de religiosos.
O cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o pastor presbiteriano Jaime Nelson Wright afrontaram o silêncio e a impunidade dos ditadores e dos torturadores.
Foi pela valentia deles e dos colaboradores que eles reuniram em torno da ideia do resgate da memória de mortos e desaparecidos que ficamos sabendo o que a ditadura fez no Brasil. Sabemos que mataram ou sumiram com 475 brasileiros.
Antes, perseguiram, aterrorizaram suas famílias, torturaram. Todos os torturadores que ainda estão vivos continuam impunes e em liberdade.
Talvez por isso Bolsonaro tente repetir o que militares e civis fizeram na ditadura, porque haviam se convencido de que ficariam para sempre na impunidade.
Não aconteceu na Argentina, no Uruguai, no Chile, mas aconteceu no Brasil. Somos o único país que viveu uma ditadura em que o presidente eleito exalta ditadores e torturadores. Impunemente.
Bolsonaro tortura e despreza os que tentam sobreviver à pandemia em cidades em que vivos e mortos se misturam nos hospitais. Acha que ficará impune, como Brilhante Ustra ficou. Talvez não fique.
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O DOMINGO DA VERDADE
O que acontecer hoje em São Paulo vai determinar o rumo e o ritmo da resistência. Se for algo com um tamanho além do previsto, pode acelerar a volta do povo às ruas.
Se não for nada de excepcional, levará o cozimento de Bolsonaro em banho-maria. Se tiver conflito, tudo pode acontecer. Que os democratas vençam.