O ERRO DO MANO EXIBICIONISTA

Membros de facções das mais variadas áreas, em toda parte, praticam o exibicionismo público ao lado dos que consideram poderosos.

Os filhos de Bolsonaro cometem esse e outros erros e serão consumidos também pela incapacidade de gerir a própria ostentação.

Se não houvesse a foto de Carluxo com o delegado amigo, a relação entre os dois talvez não tivesse uma prova tão contundente.

Foi Carluxo quem divulgou a foto ao lado do delegado Alexandre Ramagem, que chefia a área de inteligência do governo, e acabou contribuindo agora para a argumentação do ministro Alexandre de Moraes contra a nomeação do policial para o comando da PF.

Republico a foto, que todo mundo já publicou, apesar de ter outras pessoas, porque o próprio Carluxo fez questão de divulgá-la, talvez como demonstração de poder.

Pois Ramagem não será diretor da Polícia Federal exatamente por isso, por ser amigo da família e porque Carluxo escancara essa amizade como se todos, ele e os manos, morassem num país dominado não por uma dinastia, mas por uma facção criminosa sob investigação em várias frentes.

Bolsonaro já desistiu de lutar, pelo menos por enquanto, para impor o nome do delegado. Alexandre de Moraes e o Supremo venceram mais uma.

Os garotos de Bolsonaro ainda não assimilaram os perigos que correm, enquanto tentam desesperadamente aparelhar o poder.

Desde a decisão de Dias Toffolli de abrir o inquérito para que os ataques virtuais ao Supremo fossem investigados, os irmãos poderiam ter recuado. Continuaram avançando. O inquérito das fake news corre há exatamente um ano.

As investigações estavam chegando em Carluxo e Eduardo e por isso provocaram a crise de Bolsonaro com a Polícia Federal e com Sergio Moro.

Os garotos são amadores que não deram o salto de qualidade e refinamento do mundo das milícias do Rio para o mundo dos bacanas e das ‘puliças’ amigas de Brasília.

Os filhos de Bolsonaro vão se afogar na própria soberba. Eles perderam mais uma, mas acham que continuam ganhando.