O ÍDOLO ARGENTINO E OS FASCISTAS BRASILEIROS
Um episódio improvável no Brasil. A polícia de Buenos Aires flagrou dois sujeitos caminhando domingo à noite na rua, no bairro da Recoleta. Os homens perceberam os policiais, deram meia volta e tentaram fugir, mas sem correr.
Eles sabiam que não poderiam estar ali, porque na Argentina a quarentena é compulsória.
Só que um dos homens era simplesmente o ex-tenista Gastón Gaudio, ídolo nacional, um dos grandes do esporte argentino, que chegou a ser o número cinco no ranking mundial de tênis. Tanto que é o capitão da seleção argentina na Copa Davis. O outro era um amigo dele.
Pois escoltaram Gaston até sua casa junto com o amigo. Na Argentina, só anda a pé na rua quem provar que está indo ou voltando do trabalho, ou em busca de algo relevante, um remédio, uma ajuda. É a lei da pandemia.
O ex-tenista não ficou preso, mas vai responder a processo por desobediência às leis do isolamento. Para nós, é como se tivessem detido Guga Kuerten.
Na Argentina, são até agora 3.031 infectados e 142 mortos. No Brasil, são 40.581 infectados e 2.575 mortos.
Na Argentina, as leis contra a peste não poupam ídolos. No Brasil, os fascistas fazem carreatas pela peste.
(A detenção de Gastón estava ontem na capa do Página 12).
Como é interessante o gosto dos fascistas por prisões, detenções… ainda bem que vocês não estão com a chave da cadeia atualmente.