A CONDENAÇÃO DE CRISTINA E O RECADO DE GARZÓN

Aconteceu o que estava previsto. Cristina Kirchner foi condenada pela Justiça por corrupção, mesmo que sem provas.
Não foram os 12 anos pedidos pelo Ministério Público, mas seis anos de prisão.

A vice-presidente não irá cumprir a pena porque ainda é uma sentença de primeira instância e ela tem imunidade.

Mas cumpriu-se o roteiro elaborado pela direita e pelo fascismo, com apoio do jornal Clarín e da máfia de Maurício Macri.
Cristina irá recorrer da condenação, que a impede de exercer cargo público para sempre.

Leiam abaixo trecho de artigo do ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que ganhou fama mundial ao mandar prender Pinochet e cuidar de processos contra corrupção, máfias, narcotráfico e terrorismo.

O artigo foi publicado hoje no jornal Página 12 como uma carta aberta aos juízes que iriam condenar Cristina.

“A perseguição política em uma democracia por meio da mesma classe política é rejeitável, mas, até certo ponto, compreensível; mas a perseguição política por meio da lei (lawfare) é o mecanismo mais perverso e destrutivo. Vocês, juízes, são e serão os únicos responsáveis por isso acontecer ou que, num último momento, pode ser evitado, para que se inicie uma verdadeira regeneração democrática da Justiça”.

O que a Justiça argentina quer é o mesmo que conseguiram no Brasil com Lula. Tirar Cristina da eleição do ano que vem, ou pelo menos mantê-la abalada politicamente pela perseguição, que vai continuar. Há outros processos tramitando contra ela em Buenos Aires.

Mas logo depois do anúncio da condenação, ela disse que não pretende ser candidata em 2023, nem a presidente nem a senadora, e mandou uma mensagem a um dos seus grandes inimigos, o dono do grupo Clarín, Héctor Magnetto:

“Em 10 de dezembro de 2023, não terei privilégios (data do fim do seu mandato como vice-presidente), então você pode ordenar que seus capangas na Suprema Corte me coloquem na prisão”.

Pode ter sido uma desafio aos grupos que a perseguem, porque Cristina poderá, sim, ser candidata no ano que vem.

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