A HORA DA VERDADE PARA A SEGUNDA TURMA

Uma tese de Sergio Moro pode ser usada contra ele no julgamento da Segunda Turma do Supremo, que decide na tarde desta terça-feira se Lula pode continuar tendo acesso às conversas da Vaza Jato.

A tese é esta: o interesse público está acima de outras questões quando da divulgação de informações relevantes em poder da Justiça.

Foi usada por Moro contra Lula e Dilma, hakeados na conversa que Moro mandou para a Globo antes do golpe.

Mas Moro era um juiz autoritário caçando um inimigo político sem chances de defesa. E Lula é hoje um réu que tenta descobrir o que o lavajatismo fez para tentar destruí-lo.

O Supremo foi controlado pela Lava-Jato a partir da morte de Teori Zavaschi. Vai continuar sob as ordens de Curitiba, agora sem o justiceiro?

Logo saberemos. Que a memória de Teori seja homenageada hoje por seus colegas.

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O cartaz da foto é de uma live promovida hoje pela Universidade Mackenzie, com a participação de Sergio Moro.

O ex-juiz passou a vergonha de ver um dos participantes erguer o cartaz com a pergunta durante a conversa com professores e alunos sobre Justiça e crime organizado.

O ex-juiz não quis responder.

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OS OUTROS ENTENDEM?
Essa é a nossa situação hoje. Todos os que não estão com Bolsonaro representam pelo menos dois terços dos brasileiros.

Todos os partidos que não estão com Bolsonaro tentam articular, mesmo que precariamente, uma frente contra Bolsonaro.

Bolsonaro não tem partido, não sabe se tem o apoio incondicional dos militares e só se sustenta politicamente porque alugou por muito dinheiro o colo do centrão.

O resumo então é este. E por que então Bolsonaro parece tão forte? Por que temem tanto o genocida que tem o apoio de apenas um terço da população? Ou não é bem assim?

Será que chilenos, argentinos, bolivianos, equatorianos e outros vizinhos entendem a situação de um país em que um fascista assusta e controla dois terços da população?

Talvez nem seja preciso entender.

Esta foto é, claro, uma montagem, a partir de uma ideia que tive ontem. É um projeto que estou chamando inicialmente de arapuca para aglomerações.
A foto é de uma aglomeração em volta de uma lancha na orla do Guaíba, em Porto Alegre, ontem à noite (a placa do genocida foi acrescentada depois).
A foto está no G1 e foi feita pelo Giulian Serafim. É mais um flagrante de gente sem noção.
As pessoas e a lancha fugiram com a chegada da polícia. O absurdo não é só a aglomeração, mas a ideia de que esse pessoal entraria na lancha. De onde saiu tanta gente de branco, com jeito de bacana?
Pois vendo a foto tive a ideia. Convoca-se uma festa na orla Rio, com boca livre, com cerveja da boa (sem essa de Devassa e assemelhadas).
A classe média que adora aglomeração, mas não participa de atos públicos contra Bolsonaro, correria para a festa, porque só assim se junta gente hoje no Brasil.
Em Mianmar (quem sabe onde fica Mianmar?), o povo sai às ruas todos os dias para derrubar os milicos que aplicaram um golpe. Aqui, saem todas as noites para beber e dançar com o coronavírus.
Pois a minha ideia teria a arapuca. Quando todos estivessem bem amontoados, seriam erguidas grandes faixas (como essa da montagem da foto) de ‘Fora Bolsonaro’, ‘Bolsonaro genocida’ etc.
Não sei se funcionaria e até acho que não haveria reação mais forte de quem fosse da direita (festas são coisa de gente da direita). O que eles querem é farra.
A faixa nem seria notada, mas estaria depois nas redes com textos edificantes, todos exaltando a consciência política que está tomando conta das aglomerações.
Seriam aglomerações politizadas. Tudo fake. Mas não sei se funcionaria.